Publicado em
20-04-2025
A importância do autêntico num tempo de pressa
Vivemos numa época marcada pela velocidade. Tudo acontece depressa — as notícias, as relações, o consumo, as decisões. A tecnologia aproxima-nos do mundo, mas afasta-nos muitas vezes de nós próprios. Valorizamos o imediato, o acessível, o que está “à distância de um clique”. O tempo tornou-se um recurso escasso e, com ele, a paciência para o que exige demora, atenção ou cuidado. Neste contexto, há uma tendência para descartar o que não é “útil” de forma rápida ou que não responde ao impulso do momento. E, com isso, corre-se o risco de perder algo fundamental: a autenticidade.
Num mundo em que tudo parece ser feito para agradar a algoritmos, destacar-se nas redes sociais ou responder à lógica do mercado, os projetos e os actos verdadeiramente autênticos, tradicionais, locais e genuínos tornam-se não apenas importantes — tornam-se preciosos. Representam uma âncora num mar de incertezas, uma forma de ligação à memória, à identidade e à comunidade.
A autenticidade, neste sentido, não é uma rejeição do progresso, mas sim um antídoto contra a alienação. Os saberes tradicionais, as práticas locais, os produtos artesanais, os rituais antigos e as formas de vida ligadas ao território carregam uma sabedoria que não se aprende em manuais rápidos nem se reproduz em massa. São fruto de tempo, experiência e cuidado. Num certo sentido, são também um acto de resistência — contra a lógica do descarte, da produção em série, da superficialidade.
É fácil desvalorizar o que é local num mundo global. Mas é precisamente o local que nos liga à terra, à história, ao corpo e ao outro. Um pequeno projecto comunitário, uma oficina de artesanato, uma receita herdada de geração em geração ou um grupo de teatro amador pode ter mais impacto real na vida das pessoas do que likes numa publicação digital. Porque toca, transforma e permanece.
Numa sociedade que corre, talvez seja tempo de reaprender a caminhar. E de perceber que, às vezes, os caminhos mais ricos são os que demoram mais tempo a percorrer.
Num mundo onde a produção industrial domina, a cerveja artesanal representa um regresso ao essencial. Cada receita é fruto de experimentação, de falhas, de descobertas. Cada lote tem nuances próprias, características que dificilmente se repetem de forma idêntica. E é precisamente nessa imperfeição e variabilidade que reside a sua beleza. Beber uma cerveja artesanal é participar num processo que envolve tempo, dedicação e arte.
Preservar e valorizar este tipo de produção é, por isso, um ato de consciência. Num tempo em que se privilegia o descartável, apostar no artesanal é defender o duradouro. Num mercado dominado pelo volume, escolher o local é optar pelo detalhe. E num mundo saturado de cópias, apoiar o autêntico é afirmar a diferença.
Produzir e consumir cerveja artesanal é, no fundo, uma forma de resistir ao ruído e à pressa. É um brinde ao que é feito com tempo, com verdade, com carácter. E talvez seja precisamente isso que mais precisamos agora: menos pressa, mais sabor. Menos ruído, mais autenticidade.
por: Carlos Neto, 20/04/2025
Num mundo em que tudo parece ser feito para agradar a algoritmos, destacar-se nas redes sociais ou responder à lógica do mercado, os projetos e os actos verdadeiramente autênticos, tradicionais, locais e genuínos tornam-se não apenas importantes — tornam-se preciosos. Representam uma âncora num mar de incertezas, uma forma de ligação à memória, à identidade e à comunidade.
A autenticidade, neste sentido, não é uma rejeição do progresso, mas sim um antídoto contra a alienação. Os saberes tradicionais, as práticas locais, os produtos artesanais, os rituais antigos e as formas de vida ligadas ao território carregam uma sabedoria que não se aprende em manuais rápidos nem se reproduz em massa. São fruto de tempo, experiência e cuidado. Num certo sentido, são também um acto de resistência — contra a lógica do descarte, da produção em série, da superficialidade.
É fácil desvalorizar o que é local num mundo global. Mas é precisamente o local que nos liga à terra, à história, ao corpo e ao outro. Um pequeno projecto comunitário, uma oficina de artesanato, uma receita herdada de geração em geração ou um grupo de teatro amador pode ter mais impacto real na vida das pessoas do que likes numa publicação digital. Porque toca, transforma e permanece.
Numa sociedade que corre, talvez seja tempo de reaprender a caminhar. E de perceber que, às vezes, os caminhos mais ricos são os que demoram mais tempo a percorrer.
Cerveja artesanal: autenticidade num mundo instantâneo
Produzir cerveja artesanal hoje é mais do que fabricar uma bebida — é fazer um gesto de autenticidade. É recuperar saberes antigos, experimentar com ingredientes locais, respeitar o tempo da fermentação e desafiar o mercado com algo que é, ao mesmo tempo, pessoal e comunitário. A cerveja artesanal não se limita a matar a sede: conta uma história. É feita com intenção, com identidade e, muitas vezes, com paixão.Num mundo onde a produção industrial domina, a cerveja artesanal representa um regresso ao essencial. Cada receita é fruto de experimentação, de falhas, de descobertas. Cada lote tem nuances próprias, características que dificilmente se repetem de forma idêntica. E é precisamente nessa imperfeição e variabilidade que reside a sua beleza. Beber uma cerveja artesanal é participar num processo que envolve tempo, dedicação e arte.
Preservar e valorizar este tipo de produção é, por isso, um ato de consciência. Num tempo em que se privilegia o descartável, apostar no artesanal é defender o duradouro. Num mercado dominado pelo volume, escolher o local é optar pelo detalhe. E num mundo saturado de cópias, apoiar o autêntico é afirmar a diferença.
Produzir e consumir cerveja artesanal é, no fundo, uma forma de resistir ao ruído e à pressa. É um brinde ao que é feito com tempo, com verdade, com carácter. E talvez seja precisamente isso que mais precisamos agora: menos pressa, mais sabor. Menos ruído, mais autenticidade.
por: Carlos Neto, 20/04/2025